sábado, 9 de janeiro de 2010

Há dias que me perco ...


As lágrimas caíram grossas.
Mais uma vez fui buscar algo que não era meu para saber o que fazer. Tive a nítida sensação que estava a viver provisoriamente, na iminência de tudo acabar a qualquer momento.
Vivo o que não é pra mim.
O sorriso já surge forçado no meu rosto ... não tem vontade de existir. É apenas um subterfúgio para mim mesma e uma forma de evitar que me perguntem o que sinto.
Costumo pensar que o meu inconsciente é mais lúcido que a minha razão em consciência sã.
Durante uma das minhas fugas, encontrei-me num mar de tristeza que não tinha fim...
Lembrei-me do que eu fui na infância ... quase banida da existência.
Lembrei-me também da adolescência castigada ... que me fez sempre querer ser outra pessoa ... nunca esta que hoje sou, como sou.
Dizem-me que ainda tenho muito tempo... Mas... tempo para quê? Para ir para onde? Qual é o sentido? Para ali? Para aqui? Em busca de quê? ... se a minha vida é uma farsa! Vivo num mundo que não me pertence. Vivo coisas que não sei explicar ... porque não sei entender.
Às vezes até me tento enganar.
O que me falta ... é muito mais que a vontade de me encontrar...não sei como me desvencilhar desta angustia que tanto me incomoda.
As próprias palavras que escrevo, simplesmente refletem o buraco negro em que me encontro...
Não sei se o que me falta é amor próprio ou me sentir amada...
Não sei se preciso de me encontrar ou ser procurada...
Só sei que me sinto solta num lugar escuro, frio, sem piedade.
Estou só, amargamente só ... no asfixiar de uma multidão sem Sentidos!

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